Conheça os principais mitos sobre os cuidados paliativos

É importante desmistificar entendimentos do senso comum sobre cuidados paliativos, já que a definição evolui com o tempo. Entenda mais aqui.

4 de abril de 2024
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Conheça os principais mitos sobre os cuidados paliativos

Ao receber a notícia de que alguém deve passar a ser tratado com cuidados paliativos, a primeira reação em geral é pensar que aquela vida pode estar perto do fim. Esse é um dos equívocos que ainda prevalecem no senso comum em relação a esse tipo de cuidado, cuja definição já evoluiu bastante ao longo dos anos e está cada vez mais abrangente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem atualizando o conceito de cuidados paliativos desde 1990. Na última versão, de 2017, eles são considerados um conjunto de ações que melhoram a qualidade de vida de pacientes que enfrentam problemas associados a doenças que ameacem a vida. Podem ser pacientes adultos ou crianças.

“Paliativos são cuidados que previnem e aliviam o sofrimento. Isso ocorre por meio da identificação precoce da doença, de avaliação correta da situação e do tratamento da dor e de outros problemas, sejam eles físicos, psicossociais ou espirituais”, explica a Dra. Ana Claudia Lepori, coordenadora médica de cuidados paliativos da Home Doctor, que oferece o serviço a domicílio sob o nome de Paliar Home.

Outras organizações internacionais seguem o mesmo caminho, como a Associação Internacional de Hospitais e Cuidados Paliativos (IAHPC). Para a organização, cuidados paliativos são uma abordagem holística de cuidados para todos os indivíduos com uma condição grave de saúde, tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes, seus familiares e cuidadores.

“A modalidade é cada vez mais parte crucial dos serviços de saúde integrados e centrados na pessoa, em todos os níveis de cuidado. Pode ocorrer em casos de câncer, falência orgânica, tuberculose resistente, estágio final de doenças crônicas, prematuridade extrema ou fragilidade extrema no idoso, ou seja, condições com alto risco de mortalidade que impactam a funcionalidade diária”, complementa a Dra. Ana Claudia.

A seguir, a médica desmistifica outras questões em relação aos cuidados paliativos.

Mito: quem está sob cuidados paliativos morrerá em algumas semanas

Dra Ana Claudia Lepori: os cuidados paliativos devem ser iniciados o mais precocemente possível. A Sociedade de Clínica Oncológica Americana (ASCO) sugere começar o acompanhamento com até oito semanas do diagnóstico de uma doença incurável. Eles devem acontecer juntamente com o tratamento modificador da doença e ganhar amplitude no momento em que a doença progrida. Isso pode significar anos a mais de vida.

Mito: cuidados paliativos aceleram a morte

Dra. Ana Claudia Lepori: existem muitas medicações para o controle da dor. E a busca pelo controle dos sintomas físicos, psíquicos, sociais e espirituais é um dos pilares dos cuidados paliativos.

Mito: o tratamento da doença crônica termina no momento em que o paciente é encaminhado aos cuidados paliativos

Dra. Ana Claudia Lepori: os cuidados paliativos devem ser iniciados juntamente com o tratamento específico da doença, inclusive para um bom controle de sintomas, melhorando a qualidade de vida.

Verdade: o paciente sob cuidados paliativos é atendido por vários profissionais

Dra. Ana Claudia Lepori: os cuidados paliativos devem ser realizados por uma equipe multi e interdisciplinar, formada por clínico geral, enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social e capelão.

Mito: melhor não usar morfina porque vicia o paciente

Dra. Ana Claudia Lepori: a morfina pode causar dependência física, o que é completamente diferente de vício. Deve-se entender que pacientes que necessitam de um medicamento específico para controlar um sintoma são dependentes da eficácia terapêutica desse fármaco.

Mito: só pacientes idosos entram em cuidados paliativos

Dra. Ana Claudia Lepori: os cuidados paliativos contribuem para a qualidade de vida de pacientes de todas as idades.

Mito: cuidados paliativos são só para pacientes com câncer

Dra. Ana Claudia Lepori: apesar de estarem mais atrelados a doenças oncológicas, os cuidados paliativos podem ser adotados em qualquer caso de doença grave que cause sofrimento e ameace a vida.

Depende: a alimentação está totalmente liberada para pacientes em cuidados paliativos

Dra. Ana Claudia Lepori: nem sempre. Em cuidados paliativos focamos as ações na melhoria da qualidade de vida do paciente e a alimentação também segue o mesmo foco: a dieta é pensada para o conforto, de acordo com os desejos do paciente. Porém, infelizmente, em algumas situações de doença avançada ou perfil de doenças, não é possível manter a alimentação pela via oral.

Mito: os cuidados paliativos atendem somente o paciente

Dra. Ana Claudia Lepori: na verdade, a família e o paciente formam uma “unidade de atenção”. Dizemos que a família adoece junto com o paciente. Se ela está em sofrimento, necessita de atenção e cuidados da equipe de saúde também.

Como parte do modelo de Atenção Domiciliar (AD), mais conhecido como Home Care, a Home Doctor oferece o Paliar Home, um programa de cuidados paliativos criado com o objetivo de dar suporte aos pacientes em diferentes fases das doenças graves, controlar os sintomas e proporcionar conforto, dignidade e respeito à individualidade de cada paciente e de sua família. Saiba tudo que a Home Doctor pode fazer pela sua saúde em homedoctor.com.br.

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