As infecções respiratórias em crianças aumentam nos meses mais frios. Veja como prevenir
As infecções respiratórias em crianças são recorrentes durante o inverno. Por isso, veja os sintomas mais comuns, os tratamentos e como proteger os pequenos.
Todos os anos, é muito comum que cresça a ocorrência de infecções respiratórias em crianças nos meses mais frios.
As temperaturas baixas favorecem a disseminação mais rápida de bactérias e vírus, causadores de gripe, sinusite, bronquiolite, pneumonia e outras enfermidades. Um dos motivos é que, no outono e no inverno, passamos mais tempo em ambientes fechados, com ventilação reduzida, o que facilita a circulação de microrganismos.
Além disso, grande parte do território brasileiro tem tempo seco nesta época do ano, o que faz com que agentes de alergias (poluição ambiental, pelos de animais, poeira) e doenças fiquem mais tempo suspensos no ar. Outro efeito da baixa umidade é o ressecamento da mucosa nasal, o que também nos deixa mais vulneráveis a infecções.
Crianças são especialmente atingidas. Os motivos? Elas têm um sistema imunológico ainda imaturo, frequentam locais de aglomeração, como creches e escolas, e costumam colocar mais as mãos e os objetos na boca, comparado aos adultos.
As infecções respiratórias estão entre os principais motivos de necessidade de consultas médicas entre crianças. Pneumonia, asma, bronquite e bronquiolite agudas são as enfermidades que mais levam a internações pediátricas.
O clássico resfriado, aliás, é o que mais faz as crianças faltarem à escola no inverno. A doença é causada por pelo menos 200 tipos de vírus diferentes: quando uma nova cepa (uma variante de um vírus) é introduzida em um ambiente escolar, por exemplo, pode se espalhar rapidamente.
O perigo da bronquiolite: como identificar os sintomas
Entre as infecções respiratórias em crianças, é a bronquiolite que vem causando mais preocupação no Brasil. De acordo com dados da plataforma Infogripe, da Fiocruz, até o dia 20 de julho de 2024 foram mais de 22 mil casos em pequenos de até dois anos de idade. A doença, causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), causa uma inflamação dos bronquíolos, as vias mais estreitas dos pulmões.
A bronquiolite é uma velha conhecida dos pediatras. Durante as medidas de isolamento da pandemia de COVID-19, os casos diminuíram, mas, depois desse período, o VRS voltou a circular com força.
Os sintomas de bronquiolite podem variar de leves a graves e, em alguns casos, a condição exige atenção médica imediata. Pais devem ficar atentos a tosse persistente, chiado no peito, esforço para respirar e febre.
Por enquanto, não existe vacina infantil para a bronquiolite, mas a Anvisa já autorizou uma imunização destinada a gestantes que tem se mostrado eficaz para proteger bebês nos primeiros meses de vida.
Há também o palivizumabe, uma imunoglobulina (tipo de anticorpo que induz a imunização passiva) capaz de conferir proteção contra o VSR. O soro é recomendado para crianças prematuras, com cardiopatia grave ou com doença pulmonar da prematuridade.
Como prevenir infecções respiratórias em crianças
Fique atento às 8 recomendações abaixo:
- Mantenha os ambientes de casa ventilados, mesmo com o frio.
- Lave as mãos (dos adultos e dos pequenos!) com frequência, principalmente depois de limpar o nariz, trocar fraldas e ir ao banheiro e antes de comer e preparar comida.
- Vacine a criança contra a gripe antes do inverno. Vacinas anti-pneumocócicas e anti-hemófilos podem ajudar parcialmente a prevenir as pneumonias e são aplicadas rotineiramente no calendário vacinal do SUS nos primeiros meses de vida.
- Garanta que as crianças bebam mais água e se alimentem de forma saudável.
- Evite o contato próximo com pessoas doentes.
- Não leve crianças doentes à escola.
- Capriche na limpeza dos ambientes, desinfetando superfícies tocadas frequentemente.
- Note que agasalhos, cobertores e outros itens podem ter acumulado poeira no armário: lave-os antes de usar.
Benefícios do home care
Com o home care, é possível cuidar das crianças com bronquiolite leve a moderada em casa, por meio de visitas médicas, atendimento de fisioterapeutas, monitoramento de sinais vitais com mensuração de saturação (taxas de oxigênio no sangue), realização de inalações e fornecimento de oxigênio. Os casos graves devem ser obrigatoriamente tratados em ambiente hospitalar.
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