É possível realizar tratamentos para doença renal crônica em casa? Veja os cuidados essenciais
Descubra se é viável fazer tratamentos para doença renal crônica em casa. Veja quais são os cuidados diários e orientações para garantir segurança e qualidade de vida.

A doença renal crônica (DRC) é uma condição progressiva e irreversível que compromete funções essenciais dos rins, como a filtragem do sangue, regulação da pressão arterial e controle de eletrólitos. Seu tratamento vai além da diálise: envolve uma série de ações clínicas, medicamentosas e comportamentais contínuas.
A boa notícia é que, quando acompanhada com rigor e planejamento, essa rotina pode ser conduzida com segurança no ambiente domiciliar, sob orientação profissional.
O atendimento clínico domiciliar, também chamado de home care clínico, tem emergido como uma alternativa eficaz e humanizada no tratamento da doença renal crônica, sobretudo em estágios que ainda não exigem terapia renal substitutiva. Afinal, é comum que esses pacientes precisem ir com frequência ao hospital ou clínica — e essas visitas costumam ser muito desgastantes e cansativas para o paciente.
Veja, a seguir, as possibilidades que o home care oferece para esses pacientes, além de entender como é o tratamento da doença renal crônica e os principais sinais de alerta que precisam estar no radar dos cuidadores.
Home care clínico: o que envolve o tratamento para doença renal crônica em casa?
Muitos aspectos do cuidado da DRC podem e devem ser realizados em casa — desde que com o devido suporte técnico. Isso inclui a prescrição e controle de medicamentos, o acompanhamento da evolução da doença, orientações nutricionais e intervenções terapêuticas para promoção da qualidade de vida, como detalhado a seguir:
1. Acompanhamento médico e uso de medicamentos
O manejo de medicamentos para a doença renal crônica pode incluir o uso de anti-hipertensivos, diuréticos, quelantes de fósforo, suplementos de vitamina D, eritropoetina, entre outros. Cada um desses fármacos atua em aspectos específicos da doença, como o controle da pressão arterial, o manejo da anemia e o equilíbrio de minerais no organismo.
Esse tratamento deve ser rigorosamente individualizado e supervisionado por um profissional especializado, geralmente um médico nefrologista. No modelo domiciliar, esse controle é realizado por meio de visitas regulares e monitoramento contínuo, com foco na adesão terapêutica e no ajuste de doses conforme a evolução clínica do paciente.
2. Suporte nutricional personalizado
A alimentação desempenha papel fundamental no tratamento da DRC. Uma dieta equilibrada pode ajudar a retardar a progressão da doença e a minimizar sintomas associados. Entre as recomendações mais comuns estão:
- Redução do consumo de sódio, fósforo e potássio;
- moderação na ingestão de proteínas;
- controle hídrico.
Essas orientações devem sempre partir de um nutricionista, que irá elaborar um plano alimentar adequado ao estágio da doença e às comorbidades do paciente — ou seja, às doenças relacionadas, como hipertensão e diabetes.
A atuação do nutricionista no ambiente domiciliar é decisiva para garantir que as recomendações alimentares sejam compreendidas e adaptadas à rotina familiar.
3. Promoção dos autocuidados
A autonomia do paciente é um fator crítico para o sucesso do tratamento. Estratégias para estimular os autocuidados em doença renal crônica envolvem educação em saúde, treinamentos sobre sinais de alerta e suporte psicológico. De acordo com a Kidney Health Australia, pacientes bem informados tendem a ter maior controle sobre sua condição e melhor qualidade de vida.
4. Exercícios físicos e terapias complementares
Atividades físicas moderadas, supervisionadas por fisioterapeutas, contribuem para melhorar a capacidade funcional, reduzir a fadiga e fortalecer a musculatura — aspectos frequentemente comprometidos em quem vive com DRC.
Além disso, terapias ocupacionais podem ajudar na preservação da independência para tarefas do dia a dia, o que impacta diretamente no bem-estar e autoestima do paciente.
5. Apoio ao cuidador
Muitos pacientes com DRC em home care dependem de cuidadores informais, como familiares. A educação e o preparo dessas pessoas são cruciais para o bom andamento do tratamento. Um artigo publicado no Brazilian Journal of Nephrology aponta que o apoio técnico e emocional aos cuidadores reduz o estresse, aumenta a confiança e melhora significativamente a qualidade da assistência prestada.
6. Exames diagnóstico em casa
As tecnologias para os chamados testes no ponto de atendimento (Point-of-Care Testing, ou PoCT, em inglês) permitem que parâmetros de saúde essenciais sejam monitorados sem a necessidade de deslocar o paciente. Estão entre eles: pressão arterial, marcadores de diabetes, anemia e marcadores bioquímicos.
7. Monitoramento remoto
A tecnologia é uma aliada no acompanhamento à distância de pacientes com doenças crônicas. Medições domiciliares de pressão arterial, controle de peso, níveis glicêmicos e sinais de edema podem ser reportados por plataformas de telessaúde, otimizando o tempo de resposta da equipe médica diante de alterações clínicas.
Embora estudos específicos sobre o uso de telessaúde para pacientes com DRC em home care ainda sejam limitados, experiências em outras populações indicam ganhos em segurança e redução de hospitalizações desnecessárias.
Vantagens de realizar o tratamento da doença renal crônica em casa
Antes de mais nada, é preciso destacar que pacientes com doença renal crônica precisam ser acompanhados de perto e podem sofrer complicações. Isso quer dizer que não dá para evitar todas as idas ao hospital. Afinal, além da possível necessidade de fazer diálises no centro médico, ao menor sinal de alteração nos sinais vitais, sinais de infecção ou piora no quadro, a ida ao pronto-socorro é inevitável.
Por outro lado, em grande parte do tempo e em situações de normalidade, o home care pode ser eficaz e vantajoso. Conheça alguns dos benefícios.
Redução do risco de infecções
A realização de procedimentos em casa, como exames, pode reduzir o risco de contaminação. Isso se deve ao fato de o paciente não precisar se deslocar para a clínica, que normalmente tem maior circulação de pessoas e, consequentemente, de patógenos.
Mais conforto e autonomia
Estar em casa, em um ambiente que já lhe é familiar, é um ponto vital para que o indivíduo se sinta dono do próprio cuidado, uma vez que sabe onde está o que precisa. Sem falar que também se evita o cansaço causado pelos deslocamentos.
Flexibilidade na rotina
O atendimento médico em casa, por exemplo, permite ao paciente ajustar o tratamento ao seu cotidiano, com maior liberdade para trabalhar, viajar, estudar e realizar outras atividades.
Acompanhamento multidisciplinar
A equipe de saúde — incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais — assiste o paciente no conforto do lar, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento.
Melhora na qualidade de vida
O tratamento domiciliar contribui para uma melhor qualidade de vida, com mais conforto, autonomia e bem-estar físico e psicológico.
Sinais de alerta para cuidadores de pacientes em tratamento da doença renal crônica
Alguns sinais podem indicar alguma complicação, ou mesmo o agravamento da doença. Conheça os mais importantes e preocupantes:
- Inchaço: nos pés, tornozelos, pernas, mãos e olhos (especialmente pela manhã) indica retenção de líquidos e pode ser um sinal de alerta;
- Mudanças na urina: aumento da frequência urinária, especialmente à noite, pode indicar complicações renais;
- Fadiga excessiva: pode ser um sinal de anemia ou indicar outras complicações;
- Náuseas e vômitos: podem indicar acúmulo de resíduos no sangue;
- Perda de apetite e gosto metálico na boca: estes sintomas podem ser um sinal de complicações;
- Mudanças na pele: pele especialmente seca, coçando ou com uma coloração escura;
- Mudanças na pressão arterial: a hipertensão arterial, seja ela de início recente ou súbito, é um sinal de alerta para problemas renais;
- Dores musculares e cãibras: os desequilíbrios de eletrólitos, como potássio, podem causar dores musculares e cãibras, podendo apontar para problema nos rins;
- Confusão mental: pode ser um sinal de alerta para um agravamento da doença renal crônica ou complicações.
Caso o paciente apresente qualquer um desses sintomas, o cuidador precisa encaminhá-lo ao hospital responsável pelo acompanhamento do caso, mesmo que o paciente faça o tratamento da doença renal crônica em casa.
A atuação da Home Doctor
Na jornada de cuidados e tratamento da doença renal crônica, ter profissionais qualificados faz toda a diferença. A Home Doctor tem se destacado como pioneira na oferta de tratamentos para doença renal crônica no modelo de atendimento clínico domiciliar.
Com uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, a empresa atua em todas as frentes necessárias para o cuidado integral do paciente.
O foco está na adaptação do plano terapêutico à realidade de cada indivíduo, no fortalecimento dos vínculos entre paciente, cuidador e equipe, e na promoção da saúde com base no conhecimento técnico e no cuidado humanizado.
O tratamento da doença renal crônica exige constância, vigilância e empatia. E embora o ambiente hospitalar continue sendo essencial em muitos momentos, a casa pode, sim, ser um espaço seguro e adequado para o acompanhamento clínico – desde que esse cuidado seja feito com o suporte técnico necessário.
Iniciativas como a da Home Doctor mostram que o home care pode ser parte da resposta às lacunas ainda existentes no manejo da DRC, colocando o paciente no centro do cuidado e valorizando sua qualidade de vida.
Leia também: O que é e como funciona o Home Care: os cuidados de saúde em casa