13 perguntas e respostas sobre medicamentos no Home Care

Lidar com a administração de medicações quando um ente querido está passando por um tratamento em Home Care pode causar muitas dúvidas – como armazenar? O que fazer se errar a dose ou horário? Para sanar essas e outras, preparamos uma série de perguntas e respostas sobre medicamentos.

As questões foram respondidas por Andreia Cordeiro, Gerente de Farmácia Clínica da Home Doctor, empresa pioneira em Atenção Domiciliar no Brasil.

Essa modalidade de atenção à saúde está cada vez mais completa: pacientes com condições diversas podem fazer uma série de tratamentos e terapias no conforto do lar, inclusive a aplicação de medicamentos subcutâneos, intramusculares ou endovenosos. Na Home Doctor, há até um serviço de hospitalização domiciliar.

Perguntas e respostas sobre medicamentos no Home Care:

Quem pode administrar medicamentos no Home Care?

Andreia Cordeiro: Pode ser a própria família, o cuidador, o técnico de enfermagem ou o enfermeiro. No caso de cuidadores e familiares, é importante terem recebido um treinamento adequado com a empresa de Home Care para estarem a par de todos os detalhes.

Qual a melhor maneira de organizar os medicamentos em casa?

Andreia Cordeiro: Os medicamentos devem ser armazenados em um local afastado da luz solar e de ambientes quentes e úmidos – cozinha e banheiro não são recomendados. Também devem ficar em prateleiras ou armários, longe de paredes e do chão, em um local onde pets e crianças não tenham acesso.

Medicamentos que precisam ficar na geladeira não devem ser guardados na porta, mas sim nas prateleiras interiores, de preferência em uma caixa ou pote tupperware. É importante ter atenção redobrada com os medicamentos de alta vigilância, mantendo-os separados dos demais. Aqui na Home Doctor, eles são enviados em embalagens vermelhas e plásticas com a etiqueta de “Medicamentos de Alta Vigilância”.

É importante sempre estar atento à data de validade?

Andreia Cordeiro: Sim. Os medicamentos que estão próximos da data de vencimento devem ser administrados primeiro. Além disso, o medicamento deve ser retirado do blister apenas no momento da administração. Comprimidos cortados ao meio não devem ser guardados para evitar riscos de troca, perda ou falta de identificação.

Se parte da dose sobrar, ela deverá ser descartada. O descarte, tanto de sobras quanto de medicamentos vencidos, pode ser feito em postos de saúde e algumas drogarias.

Ampolas abertas e bolsas de soro com agulhas acopladas também devem ser descartadas em um recipiente rígido com tampa, resistente a furos e vazamentos, conhecido como “caixa de perfurocortante”, caso não tenha essa caixa pode utilizar uma garrafa pet ou lata de leite em pó e descartar posteriormente em uma farmácia ou posto de saúde.

Que cuidados se deve ter com pomadas e colírios?

Andreia Cordeiro: Caso um paciente precise de colírios, o conta-gotas não deve encostar nos olhos, nos dedos ou em qualquer outra superfície durante a aplicação. Se for um creme ou gel, deve-se evitar o contato direto com as mãos utilizando luvas ou uma espátula de madeira. Além disso, é essencial observar a validade após a abertura da embalagem.

Pode reutilizar seringas ou outros materiais para aplicação de medicamentos?

Andreia Cordeiro: Seringas utilizadas para medicamentos administrados por sonda ou para a lavagem dela podem ser usadas mais que uma vez ao dia, porém devem ser descartadas após 24 horas de uso.

Como se organizar em relação aos horários da administração dos medicamentos?

Andreia Cordeiro: Existem aplicativos que auxiliam nesse controle, assim como o próprio alarme do celular. Também é possível utilizar planilhas digitais ou físicas, de preferência com ilustrações, tornando a organização mais visual.

Esqueci o horário do medicamento. O que fazer?

Andreia Cordeiro: Não administre duas doses no próximo horário. Apenas pule a dose esquecida. Se for um medicamento administrado apenas uma vez ao dia, pode tomá-lo assim que lembrar. Em caso de dúvidas, consulte a equipe de saúde do Home Care.

O que fazer se for dada a dose errada por engano?

Andreia Cordeiro: Observe o paciente e consulte a equipe de saúde do Home Care. No caso da Home Doctor, há uma central de atendimento de emergência e um núcleo de acolhimento. Qualquer evento adverso deve ser notificado.

Pode misturar medicamentos na comida ou na bebida para facilitar a ingestão?

Andreia Cordeiro: Medicamentos, de forma geral, não devem ser ingeridos com bebida alcoólica ou refrigerante. Alguns podem interagir com alimentos, podendo haver uma perda da eficácia do medicamento, sendo essencial ler atentamente a prescrição médica e a bula. Em caso de dúvidas, consulte um profissional de saúde.

Quais são os sinais de que um medicamento está causando reação adversa e o que fazer nesses casos?

Andreia Cordeiro: Isso varia conforme a classe do medicamento, mas podem surgir sintomas como manchas na pele, sangramentos na gengiva, dores de cabeça ou dores abdominais. Qualquer sintoma novo que o paciente perceba após iniciar o uso do medicamento deve ser comunicado à equipa de saúde para avaliação e, se necessário, suspensão do uso.

O que fazer se o paciente vomitar logo após tomar o medicamento?

Andreia Cordeiro: Deve-se notificar a equipe de saúde, registrar a ocorrência no prontuário médico e observar o paciente. Geralmente, não se deve administrar uma nova dose. Aguarde orientação e avaliação médica.

Como sei se um medicamento pode ser substituído por um genérico ou similar?

Andreia Cordeiro: É fundamental seguir a prescrição médica e adquirir os medicamentos em farmácias de confiança. Atualmente, a maioria das prescrições já traz o nome genérico, mas é sempre importante alinhar essa troca com o médico. Os medicamentos genéricos possuem estudos de bioequivalência e podem ser intercambiáveis com o medicamento de referência (marca).

Como tornar a administração de medicamentos menos estressante para o paciente?

Andreia Cordeiro: Explique sempre qual é o medicamento e sua finalidade, de acordo com a condição de saúde do paciente. Isso ajuda na compreensão e colaboração do paciente. Salvo em alguns casos psiquiátricos, essa abordagem costuma facilitar a aceitação da medicação.

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