Entenda o uso de espessantes alimentares para pacientes em Home Care
Entenda mais sobre o uso de espessantes alimentares para pacientes com dificuldades de deglutição em Home Care.
Espessantes alimentares são muito usados nos tratamentos de saúde conduzidos em casa, ou seja, em Home Care, para pacientes com dificuldades de engolir – a chamada disfagia. Eles podem ser produzidos de forma caseira, ou industrializados, e são fundamentais para adaptar a consistência de alimentos e bebidas à capacidade de deglutição do paciente, promovendo segurança na alimentação e garantindo que as necessidades nutricionais do paciente sejam atendidas.
Entenda mais abaixo.
O que é disfagia?
É um distúrbio da deglutição (ato de engolir) que pode estar relacionado a doenças do envelhecimento, alterações neurológicas ou oncológicas, entre outras, e que pode ser permanente ou transitório. Promover a ingestão adequada para esses pacientes é um desafio, mas o médico e o fonoaudiólogo podem utilizar uma série de estratégias para que a alimentação se torne mais fácil. Um exemplo disso é a modificação da textura dos alimentos e o espessamento dos líquidos ingeridos, com a utilização de espessantes alimentares.
O que são espessantes alimentares?
São substâncias adicionadas a líquidos ou alimentos para aumentar sua viscosidade, sem alterar significativamente suas propriedades – como sabor, cor e aroma. Seu objetivo principal é modificar a consistência de preparações para torná-las mais seguras e fáceis de engolir.
Os espessantes alimentares devem sempre ser recomendados pela equipe de saúde do Home Care, que pode identificar a consistência ideal para o paciente disfágico e recomendar o melhor tipo.
Para quem são indicados os espessantes alimentares?
Para pacientes com disfagia. O uso de espessantes minimiza o risco de broncoaspiração, porque deixa os líquidos mais densos. Os líquidos, como a água, têm uma consistência bem fina. Quando bebemos, eles passam rapidamente pela boca até a garganta. Às vezes, por ser tão rápido, não dá tempo de engolir, e a água pode escapar para a traqueia e para os pulmões. Quando isso acontece, ocorre tosse, engasgos e até pneumonia.
Casos de desidratação também podem ocorrer por conta da pouca aceitação dos líquidos pelas pacientes que sentem desconforto ao ingeri-los. Ao adicionar o espessante à água, por exemplo, ela fica mais grossa. Isso faz com que a água desça mais devagar até a garganta, dando mais tempo para o paciente engolir, diminuindo o risco de engasgos.
Tipos de espessantes alimentares
- Os espessantes caseiros são ingredientes naturais que exigem cocção (cozinhar) ou liquidificação para atingir a consistência e textura desejada. Alguns desses espessantes podem ter contraindicações nutricionais, dependendo da condição de saúde de cada paciente. Por isso, é importante consultar sempre um médico e/ou um nutricionista. Alguns deles são:
- Amido de milho e fécula de batata: podem ser adicionados a líquidos como água, sucos e sopas, sendo necessário o cozimento para ativar suas propriedades espessantes.
- Goma xantana: uma fibra solúvel que, quando dissolvida em água, forma soluções viscosas. Pode ser adicionada a sucos e outras bebidas, sem a necessidade de aquecimento.
- Alimentos com propriedades espessantes: frutas como manga, banana e abacate e tubérculos como inhame e batata-doce podem ser utilizados para preparar sucos e vitaminas.
Já os espessantes industrializados são produtos comercializados especificamente para tornar mais densos alimentos e bebidas, sendo geralmente compostos por:
- Amido de milho modificado: passa por processos físicos ou químicos para melhorar sua capacidade de espessamento.
- Maltodextrina: um carboidrato derivado do amido utilizado para aumentar a viscosidade sem alterar o sabor dos alimentos.
- Gomas naturais: como a goma xantana, é uma fibra solúvel prebiótica com capacidade de formar géis quando dissolvida em água.
Como descrever e detectar a consistência ideal de alimentos e bebidas adicionados de espessantes alimentares?
Um líquido pode ser engrossado para atingir diferentes consistências. Para identificar a textura correta para cada paciente, são geralmente usadas essas 3 nomenclaturas:
- Néctar: o líquido escorre da colher formando um fio.
- Mel: o líquido escorre da colher formando um “V”, ou lembre-se de como um mel escorreria de uma colher.
- Pudim: o líquido escorrega da colher caindo em bloco, ou lembre-se de como um pedaço de pudim escorreria de uma colher.
Que cuidados devem ser tomados no uso de espessantes alimentares?
Os quadros de disfagia são muito diferentes entre si, assim como as condições clínicas de cada paciente e, por isso, exigem um olhar individualizado. O cuidador e os familiares devem seguir à risca as orientações da equipe de saúde quanto ao uso de espessantes alimentares, o preparo dos alimentos, a consistência a ser atingida e a rotina de alimentação. É essencial também uma abordagem multiprofissional – terapeutas ocupacionais, por exemplo, podem fazer recomendações quanto ao uso de utensílios, como colheres e canudos.
É importante lembrar que o paciente que começa a usar espessantes pode estranhar a consistência mais grossa do líquido que está ingerindo – afinal, a água que normalmente conhecemos tem uma consistência fina, e não densa. Para essa adaptação, algumas estratégias podem ajudar: saborizar a água com rodelas de limão, laranja ou especiarias; usar água de coco ou água com gás, ou até adicionar temperatura aos líquidos para facilitar a aceitação.
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