Orientações importantes para o cuidado de pacientes ostomizados

Precisar fazer uma ostomia traz mudanças para a vida de um paciente e de seus familiares. Trata-se de um procedimento cirúrgico que cria um orifício no corpo para permitir a saída de fezes, urina ou para auxiliar na alimentação e respiração. A abertura criada é chamada de estoma. É comum que o paciente ostomizado e seus familiares enfrentem medos, inseguranças e dúvidas sobre o convívio com um estoma e os respectivos cuidados no dia a dia.

As principais dúvidas sobre o tema costumam ser: que cuidados são necessários com a pele? O que pode ser feito para prevenir vazamentos? E se vazar, o que fazer? Essas questões podem ser solucionadas com orientações precisas e apoio especializado.

O tratamento em Home Care é um aliado importante para o paciente ostomizado e sua família, oferecendo conforto, segurança e suporte adequado. Cuidar de um paciente ostomizado no ambiente domiciliar significa usar uma abordagem integral e humanizada, promovendo o autocuidado ou o cuidado compartilhado com familiares.

Além de atender às necessidades específicas do paciente, é essencial dar atenção ao bem-estar psicológico. A seguir, reunimos dicas para pacientes ostomizados no Home Care.

Dicas para adaptação da casa para pacientes ostomizados

• Escolha um espaço arejado para armazenar os materiais, como bolsas, placas, adjuvantes e produtos de higiene. Kits organizadores, prateleiras ou caixas transparentes podem facilitar a organização.
• Certifique-se de que o ambiente possua uma bancada ou suporte para apoiar os materiais durante a troca do estoma. Caso o paciente tenha dificuldades de locomoção, o ideal é adaptar o espaço com barras de apoio e banquinhos antiderrapantes ou realizar o cuidado no leito com ajuda de um cuidador ou familiar.
• Elimine obstáculos, como tapetes soltos ou móveis desnecessários, que podem aumentar o risco de quedas. Uma boa iluminação também é essencial para o procedimento de troca dos equipamentos (bolsa e placa) e a inspeção cuidadosa da pele.

Cuidados com o estoma

• A limpeza deve ser feita delicadamente com água e sabonete neutro, removendo resíduos e secando bem a pele. Os pelos ao redor do estoma devem ser aparados com tesoura. Não utilize substâncias como álcool, benzina ou removedores.
• Esvazie a bolsa quando ela estiver com um terço de sua capacidade total, evitando o peso excessivo e o descolamento da placa. Troque as bolsas de colostomia conforme a tolerância da pele, geralmente entre 3 e 5 dias.
• As bolsas não podem ser colocadas de molho nem lavadas com desinfetantes ou água sanitária.
• Recorte a placa de acordo com o tamanho do estoma, sem deixar a pele ao redor exposta. Isso evita que fezes ou urina machuquem a pele.
• Se houver descolamento da placa ou infiltração de fezes e urina, troque a bolsa imediatamente para evitar lesões na pele.
• Alterações no tamanho e cor do estoma, sangramento excessivo ou irritação persistente da pele devem ser avaliados rapidamente e comunicados à equipe de atenção domiciliar.
• Dores abdominais, vazamentos constantes ou dificuldades de eliminação são sinais que não devem ser ignorados. Informe a equipe de saúde.

Dicas para a troca dos equipamentos (placa, bolsa e adjuvantes)

1) Retire a bolsa delicadamente, podendo ser durante o banho ou com o auxílio de um tecido embebido em água morna.

2) Lave a pele e o estoma com água e sabonete neutro, secando bem.

3) Verifique o tamanho correto do estoma usando a régua mensuradora. Desenhe o tamanho no papel protetor da bolsa.

4) Recorte a bolsa com uma tesoura, verifique se o tamanho está adequado e remova o papel protetor. Para facilitar, você pode deixar as bolsas pré-recortadas.

5) Cole a bolsa de baixo para cima, fazendo movimentos circulares ao redor do estoma. Utilize um espelho, caso necessário.

6) Feche o clamp e certifique-se de que a bolsa está bem aderida.

Dicas de autocuidado e apoio psicológico

• Sempre que possível, o paciente ostomizado deve participar do seu próprio cuidado, como a troca da bolsa e a higiene da pele. Isso fortalece a autonomia e a confiança.
• O suporte emocional de familiares e profissionais pode ajudar o paciente a lidar com medos e inseguranças. Em alguns casos, o acompanhamento com psicólogos e a participação em grupos de apoio são recomendados.

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