Como construir um grupo de apoio a cuidadores​ e fortalecer o bem-estar de quem cuida

Saiba como formar um grupo de apoio a cuidadores​, promovendo suporte emocional, troca de experiências e bem-estar para quem dedica sua vida ao cuidado do outro.

15 de agosto de 2025
Home Doctor
8 minutos para ler
Como construir um grupo de apoio a cuidadores​ e fortalecer o bem-estar de quem cuida

Saiba como formar um grupo de apoio a cuidadores​, promovendo suporte emocional, troca de experiências e bem-estar para quem dedica sua vida ao cuidado do outro.

Existe um provérbio africano que diz: “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.” Muitas vezes citado em contextos de rede de apoio e criação coletiva, ele aplica-se com a mesma força a diversos contextos onde o cuidado é uma temática central — seja de uma criança, de uma pessoa idosa, de pessoas com doenças crônicas, em processo de reabilitação ou, ainda, de pessoas com deficiência.

O ponto é que o cuidado não deve ser uma responsabilidade solitária. Pelo contrário: é na partilha — de tarefas, afetos, dores e decisões — que o cuidador ou a cuidadora encontra espaço para respirar, refletir, se apoiar e seguir cuidando.

Embora esse raciocínio pareça óbvio na teoria, a prática se mostra muito mais desafiadora. Assumir que não é possível dar conta de tudo, reconhecer a necessidade de ajuda e criar uma rede de apoio consistente ainda são barreiras importantes para quem está na linha de frente do cuidado.

Neste artigo, você vai entender por que é fundamental fazer parte de um grupo de apoio a cuidadores, além de saber como fazer isso na prática e qual o papel de serviços especializados, como a Home Doctor, no fortalecimento desse suporte.

O impacto invisível de cuidar sozinho

O cuidado contínuo e intenso pode trazer implicações físicas, emocionais e sociais profundas. O que começa como um gesto de afeto ou responsabilidade familiar pode, com o tempo, gerar esgotamento, isolamento social, distúrbios do sono e até sintomas de depressão.

De acordo com a instituição estadunidense Johns Hopkins Medicine, muitos cuidadores relatam sentimentos de solidão, culpa e ansiedade, especialmente quando não possuem uma rede de apoio estruturada.

O apoio ao cuidador deve ser pensado como parte do plano terapêutico — não como algo acessório. Isso porque há uma relação direta entre o bem-estar de quem cuida e a qualidade da assistência prestada.

Ou seja, cuidar do cuidador é cuidar do paciente.

“A rede de apoio é fundamental para dividir responsabilidades e evitar que o cuidador entre em colapso”, disse Márcio Borges, psicólogo e especialista em saúde mental, em entrevista para o portal UOL.

Rede de apoio: entre o emocional e o prático

Uma rede de apoio pode ser definida como um conjunto de pessoas, serviços e recursos que oferecem suporte físico, emocional, psicológico ou logístico ao cuidador. Essa rede pode incluir:

  • Familiares e amigos próximos;
  • Grupos comunitários e religiosos;
  • Grupos de apoio formais (presenciais ou online);
  • Profissionais da saúde e do cuidado;
  • Serviços especializados, como o atendimento da Home Doctor.

Além de oferecer descanso e revezamento de tarefas, essa rede cumpre outro papel essencial: validar emocionalmente o cuidador.

No estudo Rede de apoio social e funcionamento familiar: estudo longitudinal sobre famílias em vulnerabilidade social, pesquisadores concluíram que famílias com redes de apoio mais estruturadas (como suporte de parentes, vizinhos ou instituições) apresentaram melhor funcionamento. Em termos práticos, o bom funcionamento familiar significa:

  1. Organização do sistema familiar (como papéis são distribuídos, hierarquia, estrutura);
  2. Qualidade da comunicação (clareza, frequência, reciprocidade);
  3. Capacidade de resolver problemas coletivamente (manejo de conflitos, tomada de decisões, cooperação diante de desafios).

Para tal avaliação, o estudo considerou a escala GARF (Global Assessment of Relational Functioning), que analisa o funcionamento relacional de famílias ou grupos a partir dos critérios descritos acima.

Além disso, os estudiosos observaram que a falta de apoio social foi associada a maiores dificuldades na organização familiar e no enfrentamento de adversidades.

Vale observar que, quando essa rede de apoio não pode ser encontrada na família, grupos específicos podem cumprir esse papel. Afinal, em grupos de apoio, por exemplo, há espaço para troca de experiências, acolhimento mútuo, aprendizado prático e desabafo sem julgamentos — elementos que contribuem significativamente para a saúde mental do cuidador.

Superando a culpa na hora de pedir ajuda

Um dos principais obstáculos à formação de um grupo de apoio a cuidadores é a culpa. Como sedelegar tarefas fosse uma forma de abandono. Há, ainda, o discurso: “ninguém cuidará tão bem quanto eu.”

No entanto, como aponta a cartilha “Building a Support Network” da Johns Hopkins, é fundamental ressignificar a ajuda como uma ação de cuidado consigo mesmo e, por consequência, com o outro.

Aceitar apoio não é sinal de fraqueza. É uma estratégia de resiliência. Além disso, quem participa da rede, sejam eles familiares, amigos ou profissionais , também passa a se sentir parte do processo de cuidado, o que fortalece os vínculos e reduz a sobrecarga individual.

Grupo de apoio a cuidadores: passo a passo para construir o seu

A criação de uma rede de apoio eficaz exige intencionalidade. A seguir, veja sugestões práticas:

1. Mapeie necessidades reais

Entenda quais são as suas maiores fontes de sobrecarga: deslocamento, alimentação, supervisão, cuidados diretos, decisões médicas? A clareza facilita a divisão de responsabilidades e prioridades, além de evitar que você se veja em meio a pedidos vagos.

2. Estabeleça um diálogo transparente com familiares

Reúna parentes e pessoas próximas para discutir como todos podem contribuir. Muitas vezes, as pessoas querem ajudar, mas não sabem como ou esperam ser solicitadas diretamente. Então, ofereça a elas a oportunidade de serem úteis.

3. Use a tecnologia a seu favor

Ferramentas simples como grupos de WhatsApp, calendários compartilhados e aplicativos de organização podem facilitar a comunicação entre os membros da rede e também a sua própria organização, deixando espaço para a sua memória focar em outros pontos.

4. Participe de um grupo de apoio a cuidadores

Além de criar a sua rede de apoio, busque por redes comunitárias, ONGs, hospitais, igrejas ou instituições de saúde que ofereçam encontros regulares para cuidadores. Também há opções online com fóruns, encontros virtuais e trocas mediadas por profissionais.

5. Inclua apoio profissional na rede

Se possível, contrate serviços como o da Home Doctor, que oferecem atendimento multidisciplinar no domicílio e atuam de forma integrada com cuidadores e familiares. Isso garante mais segurança, conforto e acolhimento ao longo da jornada.

6. Agende momentos regulares de autocuidado

Não espere o esgotamento chegar. Com uma rede ativa, é possível incluir pausas, descanso, consultas médicas pessoais, atividades prazerosas e até pequenas viagens. Lembre-se daquela mensagem no avião sobre as máscaras de oxigênio: para estar forte e ter condições de cuidar do outro você precisa, primeiro, cuidar de si.

Cuidar com apoio é cuidar melhor. Conte com a Home Doctor

O cuidado não precisa – e não deve – ser solitário. Construir um grupo de apoio a cuidadores é uma das estratégias mais potentes para preservar a saúde emocional, física e relacional de quem cuida. Mais do que dividir tarefas, trata-se de construir pertencimento, trocas e segurança.

Na Home Doctor, entendemos que o cuidador é parte essencial do processo terapêutico. Por isso, oferecemos não apenas atendimento domiciliar especializado, mas também suporte e orientação para quem está ao lado do paciente no dia a dia. Nossa missão é cuidar de forma integral – e isso inclui quem cuida.

Leia também: a importância do autocuidado para cuidadores – veja as nossas dicas

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Comentários:

Livia

Estou ótima para cuidar de idosos

Home Doctor

👏👏👏

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